quarta-feira, 27 de janeiro de 2010




Eles chegaram a ser vendidos como primos distantes dos Strokes - no inicio da década, tudo o que tivesse carimbo de Nova Iorque e um vago aroma a rock e casacos de cabedal parecia, de resto, querer caber nessa categoria. Ao contrario de Julian casablancas e companhia, porém, o arranque dos Walkmen não foi fulgurante: Everyone who pretended, o albúm de estreia, com data de 2001, angariou um pequeno mas aguerrido culto que se foi expandido com vagar ao longo dos anos 00, mas destes americanos nunca se escreveu serem os salvadores da pátria rock ou representantes de qualquer causa maior que a sua música. Intensa e emocional, a "veia" Walkmen foi assim latejando até que, em 2008, You & Me falou - mediaticamente - mais alto que o resto da sua carreira.
"Canadian Girl", "Red Moon" ou "In the new year", canções como se fossem ouriços-cacheiros: adoráveis à primeira vista, potencialmente lesivas após contacto próximo. perigo de vicío para fãs de Bob Dylan ou The National



Gonçalo

domingo, 24 de janeiro de 2010





É do Porto, cidade pouco dada às pantominas do retro, que os Tornados se lançam à estrada. O rock do tempo do yé-yé e dos conjuntos académicos tanto bate no salão recreativo lá da aldeia como na associação multi-cultural microbiótica e auto-sustentável da cidade, por exemplo. A inspiração está algures entre os Shadows e Nossa Senora de Fátima, em português porque tem de ser, pré-revolução Beatles porque tem juizinho.
Um mundo de irredutibilidades, enfim, onde cabem económicas e estilizadas (num sentido pré-pós-moderno) cançonetas de fatiota engomada, um órgão que borbulha como as bebidas com borbulhas, riffs sem extravagâncias ("Veludo Azul"), Portugal no coração ("Coimbra"), e canções-vicío ("Catraia" e "À Beira-Mar") que sobraram dos sessentas a preto-e-branco.

www.myspace.com/ostornados

Gonçalo

domingo, 17 de janeiro de 2010



Neko Case "Middle Cyclone"

Começa a ser a surpresa do inicío de 2010, depois deste álbum ter sido lançado no ano passado, este trabalho de Neko Case está fantástico.
Tão próxima da brigada folk/country que despontou ao longo desta década como da escrita de canções mais gótica sulista de Nick Cave,a norte-americana Neko Case lançou em 2009 aquele que é - pelo menos - o seu terceiro álbum consecutivo.
Middle Cyclone consegue ser conceptual (corações partidos e natureza raivosa ocupam esta amiga dos Calexico) sem perder de vista a melodia de canções viciantes como "People gotta a lot of nerve" ou "This tornado loves you", três dos minutos mais mágicos da pop deste ano.

Gonçalo Almeida

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010




The Truth (live at Armazéns Vita Sal 11/10/2007 Aveiro)




Eterno Inverno (show case 09/09 Aveiro)

Eterno Inverno (ambiental/exprimental), no passado dia 7 tocou no Bar do Teatro Aveirense com os Portuenses Das House (Indie/Exprimental). Confesso que no próprio dia sentia-me bem, não pensava muito no concerto e na timidez que por vezes tenho em tocar para uma grande quantidade de gente. Mas nesse dia aconteceu o inesperado, o Bar estava repleto de gente e fiquei bastante enervado, sem saber o que fazer. Não me acontece isto muitas vezes, mas de um tempo para cá começo a ser outro em palco quando estou em concertos. Tocar é uma coisa, assistir é outra, penso que há mais liberdade quando se assiste.
De qualquer das maneiras falando do concerto, Das House tocam um indie instrumental bem sincronizado, umas guitarras bem ao jeito de uns At Drive In abraçando uns Death Cab For A Cuttie, contudo esta banda surpreendeu-me muito, eles trouxeram um sistema de som muito potente e bem equipado, adorei a presença deles ;).
Passado uma hora Eterno Inverno começou a tocar, muitos de nós já não estava lá muito bem, uns copitos a mais mas concentramo-nos bem na nossa actuação. Eu estava enervado com tanta gente, tinha os meus amigos e colegas (Rita ;)), mas no entanto lá começamos a tocar devagarinho tal e qual quando o Inverno chega...

Uncore Eterno Inverno

1-Sopro leve
2-No recanto do aconchego
3-14:30
4-Arrefece
5-Nevada
6-Alaúde
7-Eterna saudade
8-Entre a espada e a parede
9-Eterna(mente)Inverno

O meu obrigado a: Rita; Johnny; Claudinha; Constança e o grande Daniel.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010




Truelove's Gutter

Richard Hawley: 42 anos, um passado discreto ao serviço de bandas como Pulp e Longpins, alguma notoriedade marginal por ter trabalhado com Nancy Sinatra e os renascidos Elbow, ou influenciado os Last Shadow Puppets de Alex Turner e mesmo o ultimo disco dos Arctic Monkeys. O que faz, ao sexto tomo a solo, um músico com esta ecléctica folha de serviços? (Mais) um disco de incomensurável romantismo, onde o “crooning” – uma versão negra como a noite de Frank Sinatra ou Roy Orbison – é cada vez mais cavo e inadulterado (as cordas sumptuosas bem tentam a sua sorte, em “Open Up Your Door”, mas o show é todo de Hawley).
Escutai Truelove’s Gutter no quente e senti, cortesia de “As The Dawn Breaks” ou “For Your Lover, Give Some Time”, o conforto de rios de chocolate quente: mesmo que o Natal já lá vá.

Gonçalo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Eis os meus álbuns eleitos os melhores de 2009 ;


1- Dirty Projectors “Bitte Orca”
2- Elvis Perkins “Elvis Perkins in Dearland”
3- Ebony Bones “Bone of my Bones”
4- Neko Case “Middle Cyclone”
5- Sonic Youth “The Eternal”
6- The Raveonettes “In and Out of Control”
7- Mos Def “The Ecstatic”
8- The Strange Boys “The strange boys and girls Club”
9- Bob Dylan “Together Trough Life”
10- Howling Bells “Radio Wars”
11- Bat For Lashes “Two Suns”
12- Florence & The Machine “Lungs”
13- Andrew Bird “Noble Beast”
14- Yeah Yeah Yeah’s “It’s a Blitz!”
15- Arctic Monkeys “Humbug”
16- Animal Collective “Merriweather Post Pavilion”
17- The XX “XX”
18- Manic Street Preachers “Journal for plague Lovers”
19- The Horrors “Primary Colours”
20- White Lies “To lose my life”

Foi dificíl escolher, mas ao longo do ano foram estes os discos que mais ouvi.